Evangelho da Libertação mostra
a fusão entre práxis e fé
Francisco de Assis transformou a história com os meios do Evangelho da Libertação na direção de uma maior participação e imersão na vontade de Deus para uma maior humanização. Ao vivenciar bem Assis reconstrói o todo de um processo histórico; junto com ele há companheiros, há partilha, há despojamento, há luta, há forte vivência que não abandona o eclesial e o social. Por detrás desta sua experiência há um sonho de fraternidade e não sumas teológicas medievais. Ele retoma, a partir de um momento de iluminação e animação, em frente ao Crucifixo de São Damião, as práticas da Igreja primitiva. Para a fé ser verdadeira é preciso ter tudo em comum. Havia uma acumulação escandalosa em poucas mãos: na nobreza, nos mercadores, nos reis e imperadores, nos papas e bispos, e em muitos mosteiros de então. Francisco vai pedir esmolas, repartir a esmola, fazer tudo passar pela prática solidária, de dar comida aos leprosos, abrigo e abraço, trabalhar com as próprias mãos junto aos camponeses
Com gestos pequenos e grandes faz um caminho de conversão pessoal e de conversão das estruturas. Sua oração e pregação são um convite ao louvor e a ação. Suas cartas e escritos instauram consciências, seu modo de ser transforma. É uma forma de ser cristão segundo a sempre nova forma do Evangelho da Libertação; é um novo rosto da fé e fraternidade encarnada em muitos seguidores e seguidoras que vão chegando aos poucos. Ele não rompe com o modo de ser religioso de então, mas procura um novo modo. Se no Evangelho da Libertação Jesus caminha pelas estradas da Palestina, ao refazer o caminho do Mestre, Francisco faz um enraizamento em tantos lugares dos caminhos de Assis, da Úmbria, da Itália, do oriente. Se está na estrada percebe o que está na estrada e nas cidades. Sua pregação parte do Evangelho e da violência feita contra os humildes e chagados de seu tempo. Criou suas Fraternidades com sentido de partilha e prática participativa. Soube viver nas cidades, nos campos e nas margens. A margem é o lugar onde a vida é mais exigida, mais sofrida; onde já no século XIII, o sistema econômico, social e político colocava à mostra toda a sua capacidade de ambição, de avareza, ostentação, dominação, iniquidade e guerras, deteriorando assim todas as formas de vida. A margem sempre lançou um desafio ao centro. Dos campos periféricos do vale de Espoleto havia milhares que batiam às portas e pediam apenas uma coisa: ser reconhecido como pessoas! Francisco descobre em todos o Cristo Irmão, e o Irmão e Irmã cristificados.
A vida de Francisco de Assis é uma releitura bíblica. Coloca a Palavra nas mãos dos simples que a ouvem, leem e meditam nas bases fraternas. Onde o povo vê a Palavra vivida e convivida vem e se une. O franciscanismo vai escrevendo sua história das páginas do Evangelho às páginas da vida. Todos tomam a Palavra e se tornem Palavra. O Evangelho e sua hermenêutica já não era mais monopólio de peritos. Já não existe mais vida de um lado e fé do outro lado. O Evangelho da Libertação mostra a fusão entre práxis e fé.
CONTINUA
FREI VITORIO MAZZUCO
a fusão entre práxis e fé
Francisco de Assis transformou a história com os meios do Evangelho da Libertação na direção de uma maior participação e imersão na vontade de Deus para uma maior humanização. Ao vivenciar bem Assis reconstrói o todo de um processo histórico; junto com ele há companheiros, há partilha, há despojamento, há luta, há forte vivência que não abandona o eclesial e o social. Por detrás desta sua experiência há um sonho de fraternidade e não sumas teológicas medievais. Ele retoma, a partir de um momento de iluminação e animação, em frente ao Crucifixo de São Damião, as práticas da Igreja primitiva. Para a fé ser verdadeira é preciso ter tudo em comum. Havia uma acumulação escandalosa em poucas mãos: na nobreza, nos mercadores, nos reis e imperadores, nos papas e bispos, e em muitos mosteiros de então. Francisco vai pedir esmolas, repartir a esmola, fazer tudo passar pela prática solidária, de dar comida aos leprosos, abrigo e abraço, trabalhar com as próprias mãos junto aos camponeses
Com gestos pequenos e grandes faz um caminho de conversão pessoal e de conversão das estruturas. Sua oração e pregação são um convite ao louvor e a ação. Suas cartas e escritos instauram consciências, seu modo de ser transforma. É uma forma de ser cristão segundo a sempre nova forma do Evangelho da Libertação; é um novo rosto da fé e fraternidade encarnada em muitos seguidores e seguidoras que vão chegando aos poucos. Ele não rompe com o modo de ser religioso de então, mas procura um novo modo. Se no Evangelho da Libertação Jesus caminha pelas estradas da Palestina, ao refazer o caminho do Mestre, Francisco faz um enraizamento em tantos lugares dos caminhos de Assis, da Úmbria, da Itália, do oriente. Se está na estrada percebe o que está na estrada e nas cidades. Sua pregação parte do Evangelho e da violência feita contra os humildes e chagados de seu tempo. Criou suas Fraternidades com sentido de partilha e prática participativa. Soube viver nas cidades, nos campos e nas margens. A margem é o lugar onde a vida é mais exigida, mais sofrida; onde já no século XIII, o sistema econômico, social e político colocava à mostra toda a sua capacidade de ambição, de avareza, ostentação, dominação, iniquidade e guerras, deteriorando assim todas as formas de vida. A margem sempre lançou um desafio ao centro. Dos campos periféricos do vale de Espoleto havia milhares que batiam às portas e pediam apenas uma coisa: ser reconhecido como pessoas! Francisco descobre em todos o Cristo Irmão, e o Irmão e Irmã cristificados.
A vida de Francisco de Assis é uma releitura bíblica. Coloca a Palavra nas mãos dos simples que a ouvem, leem e meditam nas bases fraternas. Onde o povo vê a Palavra vivida e convivida vem e se une. O franciscanismo vai escrevendo sua história das páginas do Evangelho às páginas da vida. Todos tomam a Palavra e se tornem Palavra. O Evangelho e sua hermenêutica já não era mais monopólio de peritos. Já não existe mais vida de um lado e fé do outro lado. O Evangelho da Libertação mostra a fusão entre práxis e fé.
CONTINUA
FREI VITORIO MAZZUCO
Fonte: http://carismafranciscano.blogspot.com.br
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