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27 março 2018

Ordem Franciscana Secular - Laicato Maduro Numa Igreja em Saída




Frei Almir Ribeiro Guimarães - Assistente Regional

Pórtico

Fortalecido pelo profetismo do Papa Francisco, o cristão discípulo missionário enfrentará como profeta, as realidades que contradizem o Reino de Deus e insistirá em dizer: "Não a uma economia de exclusão". "Não à cultura do descartável". "Não a uma globalização da indiferença". "Não ao fetichismo do dinheiro". "Não à especulação financeira". "Não ao dinheiro que domina ao invés de servir". "Não à desigualdade social que gera violência". "Não à fuga dos compromissos". "Não ao pessimismo estéril". "Não ao mundanismo espiritual". "Não a guerra entre nós". Por outro lado, o mesmo discípulo missionário gritará: "Não deixemos que nos roubem o entusiasmo missionário". "Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização". "Não deixemos que nos roubem a esperança". "Não deixemos que nos roubem a comunidade". "Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno". Eis o que significa ser missionário no mundo globalizado, consumista e secularizado (Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo (Mt 5, 13-14). Documentos CNBB 105 n. 177).

  • Não poderia ser esse texto o programa de vida dos cristãos missionários? Os franciscanos seculares muito têm a refletir sobre tais exigências alegres e libertadoras. O Papa Francisco parece alguém que está perto de nós, em nossa casa, em nossos sonhos, em nosso desejo de viver em plenitude.
  • Aí estão tantas Fraternidades Franciscanas Seculares. Algumas centenárias ou quase. Não muito compostas ainda de irmãos que viveram anos a fio sem o espírito novo e sopro vital da Regra dita de Paulo VI (1978), mas que alcançaram eminente santidade de tanto conviverem com o espírito de Francisco de Assis.
  • Sim, há irmãos e irmãs que chegaram uma grande santidade de vida. Hoje, no inverno da vida, mais parecem a plantas com botões primaveris. Estão cheios de viço e de vigor. São as pessoas que honram a Ordem dos leigos franciscanos.
  • Homens, mulheres, casados, solteiros, viúvos. Irmãos conscientes de sua vocação matrimonial e feitos para o trabalho. Uns e outros vivendo uma experiência de vida, no mundo, no século. Leigos cristãos. Buscadores de Deus. Sérios buscadores do Mistério. Pessoas que andam preparando caminhos para a chegada da Presença. Franciscanos Seculares, pessoas que foram visitadas por um convite, como visitado fora Francisco de Pietro di Bernadone pelo Evangelho lido na Porciúncula, evangelho de missão, da alegria de ir pelo mundo. Leigos atuantes. Unidos à Igreja.
  • Ingressam numa Fraternidade com as cores franciscanas. Essa Fraternidade se visibiliza por regulares encontros, reuniões suculentas. Na Fraternidade aprendem a lição da hospitalidade do outro, da acolhida da diferença. E os outros dizem: "Vede como eles se estimam!" Renovam a face da terra pelo seu testemunho.
  • Vivem em fraternidades em estado de crescimento. Nada de fixismo e imobilismo. Tudo em ritmo de crescimento. Os irmãos e irmãs irradiam a festa da fraternidade. O melhor ainda não aconteceu. Está para vir. Com seu modo de viver antecipam o banquete que os aguarda.
  • Leigos, não clérigos, não religiosos de votos. Leigos batizados. Morreram a si mesmos no batismo. Foram incorporados em Cristo vivo e ressuscitado. Renascidos pelo Batismo que renovam na Vigília Pascal de todos os anos e pela profissão que emitem na Ordem Franciscana Secular. Leigos lúcidos. Cobertos do amor do Senhor querem espargir o que de graça receberam.
  • Pelo Batismo os leigos se tornam sacerdotes da criação, votados à paternidade e à maternidade, profetas que anunciam um mundo novo no meio das realidades terrestres, reis que não se curvam diante dos ídolos. Pessoas livres, seres libertos de si mesmos.
  • O campo prioritário da ação dos leigos é o mundo. Colaboram nas atividades diocesanas e paroquiais. Antes de tudo, no entanto, agem na transformação da realidade para que esta tenha já agora os traços do Reino. E antes de tudo mesmo ingressam num caminho de conversão.
  • São muitos os campos de ação: casamento, organização política, direitos humanos, profissão: médicos, advogados, lavradores, enfermeiros, merendeiras, administradores. Há leigos cristãos que são deputados, vereadores e senadores. Eles humanizam o mundo.
  • De modo especial os franciscanos seculares se ocupam do que estão caídos à beira da estrada, todos esses cujo semblante tem traços do leproso que São Francisco abraçou. As fraternidades seculares e seus membros acolhem, sempre acolhem, têm o vício do acolhimento.
  • Laicato que amadurece no estudo, na leitura, na participação de retiros. Leigos que costumam visitar o seu interior. Leigos em profundidade.
  • Praticam o método do ver, julgar e agir.
  • Leigos que amadurecem quando acolhem com serenidade os desafios da vida, na superação das crises conjugais, no tempo do desemprego, na perseguição, no tempo da velhice e da doença, na fase das tentações.
  • Leigos e leigas atuantes, discípulos missionários de Cristo, homens e mulheres de ação, mas sempre com saudades do eremitério. Vivem uma densa intimidade com o Senhor.

Epílogo

Graças ao entusiasmo e ousadia missionária o cristão leigo colocará em prática o pedido do Papa Francisco: "Nenhuma família sem tento, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum povo sem soberania, nenhuma pessoa sem dignidade (...). Quando olhamos o rosto dos que sofrem, o rosto do camponês ameaçado, do trabalhador excluído, do indígena oprimido, da família sem tento, do imigrante perseguido, do jovem desempregado, da criança explorada, da mãe que perdeu o filho num tiroteio porque o bairro foi tomado pelo narcotráfico, do pai que perdeu sua filha porque foi submetido à escravidão; quando recordamos estes "rostos e nomes" estremecem nossas entranhas diante de tanto sofrimento e comove-nos...". Isto tudo nos comove e faz chorar e nos impele à missão" (Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da Terra e Luz do Mundo. Documentos da CNBB 105, n. 181).

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