Esta página é para divulgação dos eventos do Conselho Regional e das Fraternidades que compõe este Regional. Sejam todos bem vindos! Paz e bem!

28 março 2018

Francisco de Assis, um homem reconciliado


A palavra reconciliação é de grandíssima atualidade. As “diferenças” não são aceitas e as pessoas se encastelam no ódio, cavando cisternas e cortando pontes. Mundo caótico, mundo de ódios e de violência, mundo “desembestado” sem respeito nem cortesia. Os homens perderam a formula de serem humanos. Nada mais importante do que um empenho de reconciliação. Frei Antonin Allis, OFMCap, publicou na revista “Evangile Aujourd’hui”, n. 211, p. 29-35, um texto que levou o título de “François d’Assise, un homme reconcilie”. Nosso site da Imaculada se inspira fortemente nessa reflexão do frade capuchinho.


A reconciliação abrange um conjunto de relações do ser humano consigo mesmo, com os outros, com Deus e com o mundo criado. O contrário de “reconciliado” parece ser uma pessoa “explodida”. A não reconciliação é alguma coisa da ordem da violência ou da paixão. As pessoas se dopam, se drogam para “corrigir” as explosões.

Contrário a “reconciliado”, “reconciliação” é uma ser rasgado, dilacerado. Cada um de nós faz a experiência de dilaceramentos interiores entre amor e desprezo por si mesmo. Ser reconciliado é amar-se a si mesmo sem se considerar o centro do mundo, nem se desprezar. É ter com os outros um justo relacionamento nem de superioridade, nem de inferioridade; um ser reconciliado é ter para com a natureza uma relacionamento de respeito de louvor e não uma postura de dominação, nem de açambarcamento ou apropriação; um ser reconciliado é aquele que tem com o Senhor um verdadeiro relacionamento de amor e de confiança, não de medo, nem de rejeição.

A reconciliação é um caminho, um longo aminho. Supõe, em primeiro lugar, que reconheçamos nossos dilaceramentos e nossas lutas internas. É ver com clareza que precisamos aceder à unidade, empregar o melhor de nós mesmos, mudar nosso olhar, aceitar outros pontos de vista. Em termos cristãos a isso designamos de conversão. É um procedimento que nasce da fé e da confiança. Converter-se é aceitar não permanecer centrado sobre si mesmo, aceitar abrir-se a Deus e, ao mesmo tempo, aos outros e ao mundo criado. Converter-se é retomar o caminho primeiro desfeito pelo pecado. É ter novamente Deus por eixo. Temos a tendência de fabricar falsas imagens de nós mesmos, dos outros e de Deus. Converter-se é deixar-se purificar por Deus, reconhecer que ele está na origem de tudo, é o centro de tudo, que tudo vem dele, tudo a ele se refere. Converter-se é reconhecer que somos plenamente nós mesmos na medida em que correspondemos àquilo para que fomos criados. No termo da conversão nosso ser e nossos relacionamentos se transformam. Chegamos a um estado de harmonia. Harmonia conosco, com os outros e com o Senhor.

É preciso, no entanto, prestar atenção. Harmonia não é apenas um estado de equilíbrio propiciado por certas técnicas relaxantes. Não é também uma sensação de beatitude quase que física. Não ignorar os problemas e as dificuldades, mas encará-los de uma outra maneira. Estar em harmonia é tender à simplicidade, suprimir balangandãs e floreados, tudo o que é muito complicado e elaborado A harmonia é um acordo fundamental que faz com que sintamos e outros também sintam que aquilo que fazemos é o que precisa ser feito, o justo, nada demais nem de menos. Harmonia tem a ver com a maneira de falar: “As coisas estão sem seus devidos luares”. Tal não acontece da noite para o dia. O tempo do combate é longo, com seus altos e baixos. A harmonia não é dada de uma vez. Pede empenho, trabalho. Estaremos sempre a caminho. O importante é estar em tensão para… sem desânimo.

Francisco é um homem reconciliado porque foi fazendo ao longo do tempo de sua vida, enquanto é humanamente possível, esse trabalho de unificação. Soube aceder a uma grande simplicidade despojando-se de seu orgulho, narcisismo, vangloria e preocupações inúteis. A simplificação e a reconciliação interior de Francisco aparecem claramente sem suas Admoestações. Deve-se dizer que ele não se tornou uma pessoa reconciliada a ferro e fogo nem da noite para o dia, nem com condão mágico de uma fada. Conseguiu-o ao longo do tempo entregando-se a Deus, aos irmãos e aos acontecimentos. Foi somente no fim da vida com os estigmas, com o “Cântico do Sol” e com e sua morte nu sobre a terra nua que se tornou o homem pacificado. Sua morte nu sobre a terra nua não seria o símbolo mais forte de ser um homem reconciliado?


Francisco e o leproso – Testamento

Francisco, logo nas primeiras linhas de seu Testamento, faz menção ao encontro com os leprosos como momento essencial de sua conversão. “Até então, diz ele, a vista dos leprosos me enchia de amargura, mas o Senhor me conduziu até eles de sorte que o amargo se me tornou doce e o doce, amargo”. Francisco já tinha visto leprosos, mas até então eles nada mais haviam inspirado a não ser desgosto. O encontro com o Cristo de São Damião havia lhe aberto os olhos e o coração. Os leprosos se tornaram irmãos com os quais ele se comprazia em viver. Estamos diante de uma página de reconciliação.
 
Francisco e o perdão dos pecados – Legenda Maior 3,6

Por meio de uma visão, Francisco tem absoluta certeza de que foi perdoado de todos os seus pecados. É ao mesmo tempo uma verdadeira reconciliação com Deus e consigo mesmo. Esta reconciliação lhe proporciona paz interior e o liberta de todo sentimento de culpa pouco sadio. Ele continua tendo a consciência de que é pecador. Ao mesmo tempo, porém, confia no amor de Deus e em seu perdão. Esta certeza de ser alguém perdoado lhe dá forças e estímulo para ir adiante. Não é o pecado que precisa ser levado em consideração em primeiro plano, mas o amor de Deus, o amor do Pai que acolhe o filho pródigo, o amor do Filho que se entrega na cruz para nossa salvação.
Francisco e a natureza

Este aspecto da vida e da trajetória de Francisco vem sendo colocado em grande evidência nos últimos anos. Não é necessário dissertar sobre ele. Francisco tem laços afetivos, sinceros e reconciliados com a natureza. Tomás de Celano, na Vita Prima 80 e 81 faz um detalhado relato do Francisco reconciliado com a natureza.

  • Pelos textos dos biógrafos ficamos sabendo que, para Francisco, Deus, e através dele Jesus Cristo está continuamente presente no mundo e que merece ser incessantemente louvado. Francisco, cheio do amor de Deus, glorificava, louvava e bendizia continuamente por todos os elementos e todas as criaturas, o Criador e Mestre de todas as coisas, Deus está no coração da O capítulo 23 da primeira Regra e o “Cântico do Irmão Sol” falam dessa harmonia. Tudo deve nos incitar a um permanente louvor. Não se trata de panteísmo, de dizer que a natureza e Deus constituem uma só realidade. Deus e a fonte do universo. É dele que todo o universo, os astros, os elementos as plantas têm sua origem. Não temos outra coisa que fazer senão louvá-lo. Sem Deus o universo não existiria e nem nós mesmos.

  • Texto denso e belo de Frei Antonin Alis nos fala desta união de Deus com o ser criado em Cristo Jesus: “O nascimento de Jesus numa manjedoura é começo de era nova, de um muno novo. Por meio de Jesus, Deus reuniu de novo o céu e a terra. É o que anunciam os anjos aos pastores e que cantamos no Glória. Através de Jesus abre-se uma nova era de justiça, de paz, de felicidade, era em que os valores ganham outro sentido, em que os papéis são invertidos como Maria exprime no seu Cântico: “Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu sem nada os ricos”. Com a encarnação de Jesus, o mundo dos valores muda. Bem-aventurados os pobres, os mansos, os que experimentam sede de justiça, os construtores da paz. O nascimento desse menininho numa manjedoura é penhor de uma humanidade recriada. Deus “assume” a terra e destrói os antigos esquemas e velhos ritos. Como bem mostra o Evangelho das Bodas de Caná, os jarros de purificação estão vazios e o vinho azedo, a Antiga Aliança terminou, vem a Aliança nova, as núpcias do Cordeiro. Eis um vinho novo que dá vida. Com a encarnação de Jesus, o mundo muda e Francisco entrou para valer nesse mundo” (op.cit., p. 33).

  • “Para Francisco, as criaturas todas estão ligadas por uma fraternidade fundamental definitiva: elas constituem uma família em que cada um está a serviço de todos os outros e particularmente do último nascido, ou seja, do homem. Francisco não imagina fronteiras entre o mundo inanimado e os vivos, entre pedras, animais e homens. Não se tem por estrangeiro no universo. Constitui um de seus elementos. Francisco mostra-se feliz em fazer parte desse universo e louva a fonte de tal riqueza, Deus.

Certamente não podemos nos deter na figura doce demais de Francisco representada em imagens com pássaros e outros animais. Francisco é mais do que alguém que gosta de bichos. Autores alertam para o perigo de devoção sentimental. Preciso, no entanto, ser prudente, Antonin Alis, no entanto, faz questão de registrar sua posição. Houve tempo em que ele também se comprazia em criticar o Francisco dos passarinhos. “Hoje sinto-me atraído por este santo que falava com os pássaros, o lobo, as cigarras, andorinhas, prestava atenção nas abelhas e vermes, sempre cantando as maravilhas da criação. As pessoas tida como sérias não falam com os pássaros nem com outros animais. Na verdade falam apenas com pessoas com as quais estão relacionadas. Francisco, por sua vez, fala aos pássaros, às flores e a todos aqueles e aquelas que encontra. Em Francisco há uma conivência com o conjunto da criação que faz com que se sinta em comunhão sentindo-se irmão de todos e de toda a criação”.

A morte de Francisco, nu sobre a terra nua – Legenda Maior 14

Antes de morrer, Francisco pediu a seus irmãos que o colocassem nu sobre a terra nua. Não se duvida que tenha sido para imitar o Cristo. Podemos também ler nesse gesto um sinal de que Francisco se reconciliou ao mesmo tempo consigo mesmo, isto é, com seu corpo de modo particular, mas também com a terra, com os outros e certamente com Deus.

Conhecemos o modo como Francisco tratava seu corpo. Não foi terno para com o “irmão asno”. Levou vida de penitência e de ascese. Sua vida é um prolongado jejum e suas noites foram mais consagradas à oração do que ao sono. O fato de pedir que seu corpo fosse colocado nu na terra nua pode ser interpretado como um último gesto de penitência e de ascese. Antonin Alis acredita que fato representa algo mais: “Creio pessoalmente que se possa ver aí um gesto de reconciliação com seu corpo. Refiramos ao livro do Gênesis: a nudez de Adão e Eva antes do pecado. Francisco não tem mais vergonha deste corpo tantas vezes por ele pouco apreciado. Mostra-se nu não por exibicionismo, mas para mostrar que o homem é belo em sua nudez. Por causa da vergonha é que Adão e Eva cobriram seus corpos com folhas. No momento de sua morte Francisco junta-se a Adão e Eva em sua inocência original” (op. cit. p. 34).
Para concluir

Francisco deita-se na terra nua. Terra, irmã, mãe que nos sustenta e nos alimenta. Francisco volta novamente para o relato do Gênesis… O homem tirado da terra. Somos seres terrestres, assim queridos por Deus. Deitado nu na terra nua, Francisco assume suas origens e está plenamente reconciliado com elas.

FREI ALMIR GUIMARÃES

Fonte: www.franciscanos.org

A hora dos leigos? Mas de que leigos se está falando?





Cesar Kuzma

A hora dos leigos? Sim, foi o que se pensou com o Concílio Vaticano II e, em 2016, o Papa Francisco resgatou esta ideia dos teólogos conciliares e disse praticamente a mesma coisa, em uma carta enviada ao Cardeal Marc Ouellet. Para o Papa, uma hora que está tardando a chegar.

No entanto, diante de algumas manifestações e expressões que estamos vendo atualmente, vale lançar outra pergunta: de que leigos exatamente se fala e se espera nesta hora? Se o futuro da Igreja passa pelo viés dos leigos, como se diz, há nesta afirmação uma intenção eclesiológica, mas é necessário ficar atento para não se desviar da atenção primeira e para fazer clarear a novidade que se percebe e se propõe. Por certo, não estamos à espera de leigos clericalistas, obsessivos e extremamente fundamentalistas, que caem num moralismo radical e inconsequente, e doutrinariamente incitam mais o ódio e a falta de comunhão eclesial, que carecem de um bom senso, desrespeitando expressões, participações e membros da mesma Igreja, recusando a intenção do Concílio que lançou esta espera, ao reafirmar, com toda a Tradição, que a Igreja é Mistério e é Povo de Deus (Lumen Gentium), e que deve estar atenta aos sinais dos tempos (Gaudium et Spes). O Concílio trouxe ao leigo autonomia e corresponsabilidade na missão, podendo este agir e atuar de um modo próprio, contudo no viver de uma koinonia e em busca de uma maturidade que se abre à ação do Espírito e se empenha em seguir os passos de Jesus, agindo no tempo e na história para fazer acontecer de modo antecipado, escatologicamente, a construção do Reino prometido e esperado.

Neste ano em que a Igreja do Brasil vive o Ano do Laicato, faz-se necessário se ater ao que se quis no Documento 105 da CNBB, que traz os leigos como sujeitos da Igreja e do Mundo. E diz isso sem cair numa separação de realidades (Igreja e Mundo), mas fundamentado pelo Vaticano II e demais documentos pós-conciliares, entendendo o compromisso da Igreja no mundo, não como um confronto, mas como um diálogo, onde ela é mestre e pode ensinar, mas também se insere e se encarna nas realidades, e pode aprender. Isso não é um demérito da sacralidade da Igreja, mas é a percepção da nossa vulnerabilidade na história, nos fazendo lembrar que não se pode absolutizar nenhum modelo, pois somos, como Igreja, sinal e testemunhas de algo maior, que transcende a todos e cada tempo, e que nos aponta para o absoluto da nossa existência e de toda a história, onde o encontro e a experiência de fé se realizam e se consomem em Deus.

Ser sujeito eclesial, hoje, significa ser autêntico e coerente com a fé que professa (Doc. Aparecida), significa testemunhar com a própria vida em todas as realidades que se vive, buscando o encontro e o diálogo, a abertura e a mansidão, o desprendimento e a misericórdia, a alegria e o amor. Ser sujeito eclesial, hoje, não é ser conflitivo, muito
menos combativo, mas é ser testemunha de uma verdade que não está nos manuais de doutrina, mas no encontro vivo com o Ressuscitado. Não é ser divisor, mas promotor de comunhão. Não é ser mestre das verdades, mas alguém atento ao mistério e disposto a sempre aprender. Não é quem acusa, mas é quem se coloca ao lado dos outros, principalmente dos pobres e daqueles que mais sofrem e são perseguidos, até mesmo pela própria fé.

A riqueza do Concílio Vaticano II e de toda a teologia do laicato que daí se decorreu é que a Igreja decide por sair das sacristias e das catedrais e parte (sai) para viver no mundo, aceitando a fraqueza da história e os limites da missão, mas entendendo que o Reino cresce pela força da ação do Espírito, jamais pela locução de um ministro ou de quem quer que seja, pois aqui, nesta terra, somos simplesmente peregrinos, servos inúteis que arriscam viver uma experiência nova e libertadora. Entende-se, também, que o Reino não é uma instituição de pedras ou de doutrinas, muito menos um boulevard de vestes e paramentos medievais que dizem muito pouco nos nossos dias, mas sim um espaço vasto de amor, justiça e paz, onde todos podem viver e se manifestar, e a harmonia prevalece, sem lágrimas e sem luto, mas numa vida que se faz nova para toda criatura. Juntamente com o Evangelho, o Concílio proclama a bem-aventurança dos pobres e dispõe uma Igreja de serviço, disposta a resgatar a vida concreta e atenta aos dramas humanos. Isso não é socialismo ou comunismo, isso não é ideologia, mas é a utopia que se deve buscar a partir da experiência que fazemos na fé, alimentada na esperança e fortalecida no amor.

Esta intenção do Concílio foi recepcionada na América Latina e aqui se atualizou em uma nova linguagem, adaptada à realidade e garantindo a essência. Pensou-se uma Igreja protagonista, profética e sensível ao Continente, marcado por uma colonização massacrante, dominação estrangeira, ditaduras militares e exploração humana. Nesta Igreja, os leigos foram chamados ao protagonismo e receberam de seus pastores o apoio para empreender um jeito novo, um novo canto, por vezes oprimido e por vezes festeiro, mas rico na fé que existe e insiste em se manter acesa, mesmo diante de tamanha pobreza e opressão. Este é um lado da Igreja da América Latina e é um lado da visão do laicato que se tem, sem qualquer pretensão de ser um único modelo. A Igreja torna-se una na diversidade e a variedade de rostos e carismas torna a sua identidade ainda mais bela.


Por esta razão, digo que fico ofendido e chateado com algumas manifestações grosseiras e descomprometidas com uma causa verdadeira. Onde há divisão não pode haver o Espírito. Onde há certezas não há espaço para a fé. Onde há ódio, não se pode viver o amor. Acho uma pena que em pleno Ano do Laicato tenhamos que presenciar tais atitudes e comportamentos, alimentados por uma estrutura clericalista farisaica que olha mais a lei que a pessoa. Que falta faz o frescor do Evangelho, que tem um fardo leve e um jugo suave! É impossível sustentar a fé só de doutrina e não se vive um novo ethos cristão em cima de um moralismo desatento ao íntimo humano e ao olhar social, naquilo que gritam homens e mulheres e naquilo que grita a terra. Deste modo, faz-se necessário voltar-se a Jesus, ao homem do Evangelho, ao filho de Maria e José, ao carpinteiro da vila, ao amigo de Pedro e Tiago, aquele que nos olha nos olhos e nos chama pelo nome, e cuja ação nos desconcerta e nos destrói na razão. Olhar fixamente a Jesus nos fará perceber que ele foi sujeito em seu tempo, estando mais atento às pessoas que a Lei, amando a Deus e fazendo reconhecer este amor no dom de si mesmo ao outro, de quem se fez próximo.

É a hora dos leigos? Sim, é a hora! É a hora de um povo que fala, que reza, que luta, trabalha e professa. É o povo de Deus, transformando esta terra!
Que o olhar atento a Jesus de Nazaré nos mostre o caminho e que a comunhão nos fortaleça, sempre!

Cesar Kuzma é teólogo leigo, casado e pai de dois filhos. Doutor em Teologia pela PUC-Rio, onde atua como professor-pesquisador do Departamento de Teologia. É o atual presidente da SOTER (2016-2019) e autor de livros e artigos sobre a teologia do laicato. Dentre eles: “Leigos e Leigas”, Ed. Paulus, 2009.








Fonte: www.franciscanos.org


27 março 2018

REFLEXÕES SOBRE A DIMENSÃO POLÍTICA DO FRANCISCANISMO - 4


Não basta estudar teologia; é preciso ser teólogo

Francisco de Assis transformou a fé num ato profundamente humano. Mostra a essência do Evangelho: ter fé é humanizar a vida. O único e verdadeiro conhecimento de Deus é o que está na Boa Nova, um Deus que sabe amar, que leva a amar, que convive entre atos concretos de amor. Francisco é um grande teólogo, embora não tenha estudado na UCP, Universidade Católica de Perugia, porque intui que não basta conhecer ou estudar teologia, é preciso ser teólogo.

O verdadeiro teólogo é aquele que desce com tal profundidade no cotidiano que começa a ver Deus em tudo. Ele foi considerado um Renovador Eclesial, mas isto não é tão excepcional assim, embora o jeito conservador não aceite, a Igreja sempre viveu de muita renovação. E de onde vem esta renovação? Porque há momentos que ela sai do circunscrito mundo de seus líderes e pessoas com carismas próprios e vai ao carisma do povo.

Francisco, ao ir ao povo com a força do Evangelho, faz uma volta às origens da História da Salvação. Porque a Palavra narra o que existiu antes da Palavra: um amor misericordioso de Deus e a vida do povo. Ler e estar na história sob o filtro do Evangelho, viver o Evangelho que estava na história, uma história que foi celebrada, rezada, virou culto, fraternidade, comunidade, memória dos fatos e espelho da Palavra de Deus. Francisco de Assis, com seu jeito, fez uma releitura bíblica reconstruindo lugares eclesiais e sociais.

As muitas guerras de seu tempo, o confronto entre nobres e plebeus, o conflito entre imperadores e papas, as Cruzadas, a estratificação social que dividiam maiores e menores, novos ricos e cidadãos em geral, camponeses, pobres, doentes e miseráveis, também gerou realidade de fome, de empobrecimento, de exploração e morte. Isto não deixou Francisco indiferente. O seu modo de viver o Evangelho em meio a tudo isto não é só uma pregação, mas um grito de alerta.

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO

Fonte: http://carismafranciscano.blogspot.com.br

Ordem Franciscana Secular - Laicato Maduro Numa Igreja em Saída




Frei Almir Ribeiro Guimarães - Assistente Regional

Pórtico

Fortalecido pelo profetismo do Papa Francisco, o cristão discípulo missionário enfrentará como profeta, as realidades que contradizem o Reino de Deus e insistirá em dizer: "Não a uma economia de exclusão". "Não à cultura do descartável". "Não a uma globalização da indiferença". "Não ao fetichismo do dinheiro". "Não à especulação financeira". "Não ao dinheiro que domina ao invés de servir". "Não à desigualdade social que gera violência". "Não à fuga dos compromissos". "Não ao pessimismo estéril". "Não ao mundanismo espiritual". "Não a guerra entre nós". Por outro lado, o mesmo discípulo missionário gritará: "Não deixemos que nos roubem o entusiasmo missionário". "Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização". "Não deixemos que nos roubem a esperança". "Não deixemos que nos roubem a comunidade". "Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno". Eis o que significa ser missionário no mundo globalizado, consumista e secularizado (Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo (Mt 5, 13-14). Documentos CNBB 105 n. 177).

  • Não poderia ser esse texto o programa de vida dos cristãos missionários? Os franciscanos seculares muito têm a refletir sobre tais exigências alegres e libertadoras. O Papa Francisco parece alguém que está perto de nós, em nossa casa, em nossos sonhos, em nosso desejo de viver em plenitude.
  • Aí estão tantas Fraternidades Franciscanas Seculares. Algumas centenárias ou quase. Não muito compostas ainda de irmãos que viveram anos a fio sem o espírito novo e sopro vital da Regra dita de Paulo VI (1978), mas que alcançaram eminente santidade de tanto conviverem com o espírito de Francisco de Assis.
  • Sim, há irmãos e irmãs que chegaram uma grande santidade de vida. Hoje, no inverno da vida, mais parecem a plantas com botões primaveris. Estão cheios de viço e de vigor. São as pessoas que honram a Ordem dos leigos franciscanos.
  • Homens, mulheres, casados, solteiros, viúvos. Irmãos conscientes de sua vocação matrimonial e feitos para o trabalho. Uns e outros vivendo uma experiência de vida, no mundo, no século. Leigos cristãos. Buscadores de Deus. Sérios buscadores do Mistério. Pessoas que andam preparando caminhos para a chegada da Presença. Franciscanos Seculares, pessoas que foram visitadas por um convite, como visitado fora Francisco de Pietro di Bernadone pelo Evangelho lido na Porciúncula, evangelho de missão, da alegria de ir pelo mundo. Leigos atuantes. Unidos à Igreja.
  • Ingressam numa Fraternidade com as cores franciscanas. Essa Fraternidade se visibiliza por regulares encontros, reuniões suculentas. Na Fraternidade aprendem a lição da hospitalidade do outro, da acolhida da diferença. E os outros dizem: "Vede como eles se estimam!" Renovam a face da terra pelo seu testemunho.
  • Vivem em fraternidades em estado de crescimento. Nada de fixismo e imobilismo. Tudo em ritmo de crescimento. Os irmãos e irmãs irradiam a festa da fraternidade. O melhor ainda não aconteceu. Está para vir. Com seu modo de viver antecipam o banquete que os aguarda.
  • Leigos, não clérigos, não religiosos de votos. Leigos batizados. Morreram a si mesmos no batismo. Foram incorporados em Cristo vivo e ressuscitado. Renascidos pelo Batismo que renovam na Vigília Pascal de todos os anos e pela profissão que emitem na Ordem Franciscana Secular. Leigos lúcidos. Cobertos do amor do Senhor querem espargir o que de graça receberam.
  • Pelo Batismo os leigos se tornam sacerdotes da criação, votados à paternidade e à maternidade, profetas que anunciam um mundo novo no meio das realidades terrestres, reis que não se curvam diante dos ídolos. Pessoas livres, seres libertos de si mesmos.
  • O campo prioritário da ação dos leigos é o mundo. Colaboram nas atividades diocesanas e paroquiais. Antes de tudo, no entanto, agem na transformação da realidade para que esta tenha já agora os traços do Reino. E antes de tudo mesmo ingressam num caminho de conversão.
  • São muitos os campos de ação: casamento, organização política, direitos humanos, profissão: médicos, advogados, lavradores, enfermeiros, merendeiras, administradores. Há leigos cristãos que são deputados, vereadores e senadores. Eles humanizam o mundo.
  • De modo especial os franciscanos seculares se ocupam do que estão caídos à beira da estrada, todos esses cujo semblante tem traços do leproso que São Francisco abraçou. As fraternidades seculares e seus membros acolhem, sempre acolhem, têm o vício do acolhimento.
  • Laicato que amadurece no estudo, na leitura, na participação de retiros. Leigos que costumam visitar o seu interior. Leigos em profundidade.
  • Praticam o método do ver, julgar e agir.
  • Leigos que amadurecem quando acolhem com serenidade os desafios da vida, na superação das crises conjugais, no tempo do desemprego, na perseguição, no tempo da velhice e da doença, na fase das tentações.
  • Leigos e leigas atuantes, discípulos missionários de Cristo, homens e mulheres de ação, mas sempre com saudades do eremitério. Vivem uma densa intimidade com o Senhor.

Epílogo

Graças ao entusiasmo e ousadia missionária o cristão leigo colocará em prática o pedido do Papa Francisco: "Nenhuma família sem tento, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum povo sem soberania, nenhuma pessoa sem dignidade (...). Quando olhamos o rosto dos que sofrem, o rosto do camponês ameaçado, do trabalhador excluído, do indígena oprimido, da família sem tento, do imigrante perseguido, do jovem desempregado, da criança explorada, da mãe que perdeu o filho num tiroteio porque o bairro foi tomado pelo narcotráfico, do pai que perdeu sua filha porque foi submetido à escravidão; quando recordamos estes "rostos e nomes" estremecem nossas entranhas diante de tanto sofrimento e comove-nos...". Isto tudo nos comove e faz chorar e nos impele à missão" (Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da Terra e Luz do Mundo. Documentos da CNBB 105, n. 181).

Novo Conselho - Fraternidade Santo Antonio - Duque de Caxias



No Terceiro Distrito, em Duque de Caxias (RJ), aconteceu o Capítulo Eletivo da Fraternidade Santo Antonio, do Conselho para o período de 2018 a 2021, no dia 25 de março de 2018, presidido pelo Conselheiro do 3º Distrito José Dionízio.

Foram eleitos:

- Ministra: Aline Pereira

- Vice ministra: Isabel Galdino

- Secretário: Anderson Costa

- Formadora: Maria Aparecida

- Tesoureira: Magda Guimarães

Estiveram presentes, também, ao Capítulo, Fr. Quercio OFMCap, Assistente Regional.

Rogamos a Deus que abençoe esses nossos irmãos no serviço que acabam de assumir em favor de toda a Fraternidade.

Paz e bem!













26 março 2018

Novo Conselho Eleito - Fraternidade Nossa Senhora da Paz - Ipanema



No Primeiro Distrito, em Ipanema (RJ), aconteceu o Capítulo Eletivo da Fraternidade Nossa Senhora da Paz, do Conselho para o período de 2018 a 2021, no dia 25 de março de 2018, presidido pelo Ministro Regional irmão Marco Antonio.

Foram eleitos:

- Ministra: Marta Helena

- Vice ministra: Maria Silvia

- Conselheiros: Sérgio, Léa, Sônia, Débora, Glória, José e Josefa.

- Conselho Fiscal
Titular: Conceição, Meiga, Aurélia
Suplentes: Meiga, Nilsa Alaci

Estiveram presentes, também, ao Capítulo, Fr. Humberto, OFMConv, Assistente Regional e o Conselheiro para o 1º Distrito o irmão Moacir.

Rogamos a Deus que abençoe esses nossos irmãos no serviço que acabam de assumir em favor de toda a Fraternidade.

Paz e bem!













23 março 2018

REFLEXÕES SOBRE A DIMENSÃO POLÍTICA DO FRANCISCANISMO - 3

Fé e realidade não se separam

O Evangelho transformou o mundo a partir do tempo de Jesus e a pergunta é: como vamos fazer isto a partir deste tempo em que estamos vivendo? Estar numa Ordem é ajudar a ordem mais espiritual e social do mundo. Olhar o mundo e perceber que estamos numa sociedade que produz desnível de classes, produz o pobre e produz esta insatisfação toda que aí está. No tempo de Francisco de Assis não era diferente. Ele não foi em direção à riqueza, mas sim onde estava a Fraternidade.

A vivência fraterna existe para alimentar participação, cuidado e justiça. Isto não é apenas uma fundamentação sócio-política, mas um ideal cristão que mantém o projeto de Jesus, a transformação do mundo em Reino de Deus. Fraternidade não é apenas querer uma sociedade rica ou pobre, mas uma sociedade justa e solidária. Sem isso, do que adiantaria uma fé cristã professada e proclamada entre desmaios do espírito me dizendo: “aqui TL não entra!”. Claro que não  quero entrar no transe alienado que não vê desmaios de fome. Fé é encontro com a realidade colocando nela o sonho sagrado de Deus. Fé e realidade não se separam.

Nós queremos modernizar o nosso modo de crer e não vemos que a sociedade moderna separa riqueza de um lado e pobreza do outro. Diz que o marginalizado, o excluído, o fora das possibilidades é um ignorante. Francisco de Assis também foi considerado um ignorante porque se vestiu de pobre e marginalizado e foi lá cuidar dos excluídos, porque a estrutura feudal de seu tempo também gerou miséria. Francisco de Assis não era um ignorante, mas diferente. Sabia muito bem quem estava produzindo desigualdade e não quis ser igual aos iguais privilegiados.

A experiência de Francisco de Assis é muito rica e não se esgota num único aspecto; se bem que, talvez, muita gente gostaria que ele se reduzisse a viver atrás do balcão da loja de seu pai Pedro Bernardone ou então fosse viver a intensa e boa experiência de vida monástica. Francisco de Assis imerge na realidade da Úmbria e o seu modo de viver o divino, o religioso, o teologal é uma dimensão que atravessa tudo. Se ele nos legou uma espiritualidade e até uma teologia franciscana libertadora é por que experimentou, como diz Congar, “a gente só tem a teologia da própria prática”.

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO

Fonte :https://carismafranciscano.blogspot.com.br

22 março 2018

Papa Francisco: a defesa da água é a defesa da vida




Cidade do Vaticano

Celebra-se nesta quinta-feira (22/03), o Dia Mundial da Água, bem essencial para o futuro da humanidade para o qual o Papa Francisco tem chamado a atenção. 

Por ocasião desse dia, o Santo Padre tuitou: “A defesa da terra, a defesa da água, é a defesa da vida”.

“Questiono-me então se, no meio desta «terceira guerra mundial em pedaços», que hoje estamos vivendo, não caminhamos porventura rumo à grande guerra mundial pela água”, disse o Papa em seu discurso à Pontifícia Academia das Ciências, em 24 de fevereiro de 2017.

Na Encíclica Laudato Si o Pontífice dedica um ponto específico para a questão da água, dos parágrafos 27 a 31.

O Papa recorda que “a água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos”.

Afirma que “a pobreza da água pública verifica-se especialmente na África, onde grandes setores da população não têm acesso a água potável segura, ou sofrem secas que tornam difícil a produção de alimento. Em alguns países, há regiões com abundância de água, enquanto outras sofrem de grave escassez.”

“Um problema particularmente sério é o da qualidade da água disponível para os pobres, que diariamente ceifa muitas vidas”, ressalta Francisco na encíclica.

“Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos.”

“Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável”, escreve o Papa Francisco.

Em novembro de 2014, durante sua visita à FAO, em Roma, o Papa disse: “A água não é grátis, como muitas vezes pensamos. Será o grave problema que pode nos levar a uma guerra”.

Fonte: Vatican News


Abaixo seguem os textos da Laudato Si:

LAUDATO SI

2. A questão da água

27. Outros indicadores da situação actual têm a ver com o esgotamento dos recursos naturais. É bem conhecida a impossibilidade de sustentar o nível actual de consumo dos países mais desenvolvidos e dos sectores mais ricos da sociedade, onde o hábito de desperdiçar e jogar fora atinge níveis inauditos. Já se ultrapassaram certos limites máximos de exploração do planeta, sem termos resolvido o problema da pobreza.

28. A água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos. As fontes de água doce fornecem os sectores sanitários, agro-pecuários e industriais. A disponibilidade de água manteve-se relativamente constante durante muito tempo, mas agora, em muitos lugares, a procura excede a oferta sustentável, com graves consequências a curto e longo prazo. Grandes cidades, que dependem de importantes reservas hídricas, sofrem períodos de carência do recurso, que, nos momentos críticos, nem sempre se administra com uma gestão adequada e com imparcialidade. A pobreza da água pública verifica-se especialmente na África, onde grandes sectores da população não têm acesso a água potável segura, ou sofrem secas que tornam difícil a produção de alimento. Nalguns países, há regiões com abundância de água, enquanto outras sofrem de grave escassez.

29. Um problema particularmente sério é o da qualidade da água disponível para os pobres, que diariamente ceifa muitas vidas. Entre os pobres, são frequentes as doenças relacionadas com a água, incluindo as causadas por microorganismos e substâncias químicas. A diarreia e a cólera, devidas a serviços de higiene e reservas de água inadequados, constituem um factor significativo de sofrimento e mortalidade infantil. Em muitos lugares, os lençóis freáticos estão ameaçados pela poluição produzida por algumas actividades extractivas, agrícolas e industriais, sobretudo em países desprovidos de regulamentação e controles suficientes. Não pensamos apenas nas descargas provenientes das fábricas; os detergentes e produtos químicos que a população utiliza em muitas partes do mundo continuam a ser derramados em rios, lagos e mares.

30. Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável. Esta dívida é parcialmente saldada com maiores contribuições económicas para prover de água limpa e saneamento as populações mais pobres. Entretanto nota-se um desperdício de água não só nos países desenvolvidos, mas também naqueles em vias de desenvolvimento que possuem grandes reservas. Isto mostra que o problema da água é, em parte, uma questão educativa e cultural, porque não há consciência da gravidade destes comportamentos num contexto de grande desigualdade.

31. Uma maior escassez de água provocará o aumento do custo dos alimentos e de vários produtos que dependem do seu uso. Alguns estudos assinalaram o risco de sofrer uma aguda escassez de água dentro de poucas décadas, se não forem tomadas medidas urgentes. Os impactos ambientais poderiam afectar milhares de milhões de pessoas, sendo previsível que o controle da água por grandes empresas mundiais se transforme numa das principais fontes de conflitos deste século.

21 março 2018

JUFRA - Encontro Regional Sudeste 2



Queridos e amados irmãos e irmãs paz e bem!

Que o Senhor nos dê a paz!

Estamos enviando abaixo a convocação do Regional da JUFRA Sudeste 2 para o Encontro Regional da JUFRA, que será realizado entre os dias 21 a 22 de abril, no Mosteiro das Clarissas em Nova Iguaçu.

Mesmo que algumas fraternidades OFS não tenham ainda uma JUFRA pedimos que os irmãos possam convidar alguns jovens de suas paróquias ou até mesmo familiares (filhos, netos, etc) para participar desse momento, quem sabe possa nascer no coração o desejo de aprofundar no carisma francisclariano.

Pedimos que divulguem em suas fraternidades locais.

Saudações Francisclarianas.

Marco Antonio
Ministro Regional




A VIDA CLAMA POR JUSTIÇA


REFLEXÕES SOBRE A DIMENSÃO POLÍTICA DO FRANCISCANISMO - 2


"O Evangelho não é apenas um texto bonito para ser lido"

Francisco de Assis fez uma rara aproximação com Deus abraçando o pobre com braços da Boa Nova. Abraçar o leproso, o maior ícone libertador de um processo penitencial e de conversão, foi um enlaçamento de vidas, um gesto profético, uma indignação ética, uma proximidade terna e vigorosa para mostrar que a exclusão é desumana e não agrada o Pai das Misericórdias. Abraçar o leproso foi mais que um encontro espiritual. Ali braços, lábios e rostos se entrelaçaram e apontaram o caminho de São Damião; e lá estava um Deus misturado no jeito abandonado das ruínas, um Deus despojado e crucificado.

A partir de então, Francisco de Assis percebe que a pobreza não é um indivíduo, mas um lugar social. A partir deste lugar ele sai para realizar um movimento de transformação pessoal e coletivo. Se existe o pobre é porque alguém ou uma estrutura produziu o pobre. Ele estava e vivia numa família e numa sociedade opulenta, e numa eclesiologia não menos opulenta. E não escolheu permanecer ali. Jesus Cristo não permaneceu na oferta feita pela tentação dos poderes de riqueza, segurança e adoração confortável. Jesus fez estrada nos empoeirados lugares da Palestina. Do estábulo de Belém, do jeito caseiro de Nazaré, para uma imersão no mundo dos que mais precisavam da presença de quem sonhava para este mundo o Reino. O leproso representa os paralíticos e cegos, os raivosos fariseus, a viúva de Naim, o Lázaro que volta à vida, a pecadora condenada que ia ser coberta de pedras, os doentes e exluídos do tempo, que só podiam contar com sua presença, toque, palavra e cura. O Evangelho não nasceu apenas dos pergaminhos da Palavra; o Evangelho nasceu resolvendo a história, mudando vidas, proclamando a justiça, anunciando a paz e a libertação, concretizando Isaías, ampliando a Lei, derramando o sangue dos apóstolos e mártires, e trazendo o sadio para a existência.

Francisco abraçou primeiro o leproso que surgiu no caminho, e depois foi abraçar a cruz de São Damião, o marco indicativo e final de um caminho glorioso de ressurreição. O Evangelho não é apenas um texto bonito para ser lido e comentado; ele é um programa de vida para aqueles que querem abraçar um Deus sangrando por amor do mundo e da humanidade. A Vida e a Regra do Irmão e Irmã é esta, viver o Libertador Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

continua

FREI VITÓRIO MAZZUCO FILHO


Fonte: https://carismafranciscano.blogspot.com.br

20 março 2018

Retiro Quaresmal


No dia 18 de março de 2018 a Fraternidade Nossa Senhora da Gloria, em Valença - RJ, fez seu retiro quaresmal, com a orientação de Dom Elias OFMConv.

Foi um momento de grande profundidade e espiritualidade para toda Fraternidade.

Paz e bem






Fraternidade São Francisco da Penitência celebra 399 anos



FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA
Largo da Carioca, Centro, RJ.

Fundação : 20 de março de 1619 - Parabéns pelos seus 399 anos !!!

Novo Conselho Eleito - Fraternidade Sagrado Coração de Jesus - Petrópolis


No Quinto Distrito, em Petrópolis (RJ), aconteceu o Capítulo Eletivo da Fraternidade Sagrado Coração de Jesus, do Conselho para o período de 2018 a 2021, no dia 18 de março de 2018, presidido pela Vice Ministra Regional irmã Lucia.

Foram eleitos:
- Ministro: Daniel
- Vice ministro: Silvestre
- Formador: Sr Luiz
- Tesoureiros: Jair e 2° Eni
- Secretaria: Elizabeth e 2° Aparecida Durig
- Coordenadora do SEI: Aparecida Oliveira!

Esteve presente, também, ao Capítulo, Fr. Quercio, OFMCap, Assistente Regional e a Conselheira para o 5º Distrito a irmã Theresa.


Rogamos a Deus que abençoe esses nossos irmãos no serviço que acabam de assumir em favor de toda a Fraternidade.


Paz e bem!



Novo Conselho Eleito - Fraternidade São Francisco da Penitência - Cabo Frio


No Segundo Distrito, em Cabo Frio (RJ), aconteceu o Capítulo Eletivo da Fraternidade São Francisco da Penitência, do Conselho para o período de 2018 a 2021, no dia 25 de março de 2018, presidido Ministro Regional irmão Marco Antonio.

Foram eleitos:
- Ministra: Alcina
-Vice-Ministra: Valdete
- Conselheiros: Teresa Cristina, Cláudia, Maria Cecília, Mário da Silva, Regina Ferreira e Regina Francisca

Conselho Fiscal:
Titulares: Albano, Jalmo e Helenice
Suplentes: Maria Aparecida, Adélia e Venina

Esteve presente, também, ao Capítulo, Fr. Quercio, OFMCap, Assistente Regional.

Rogamos a Deus que abençoe esses nossos irmãos no serviço que acabam de assumir em favor de toda a Fraternidade.


Paz e bem!