Frei Almir Guimarães - Assistente Espiritual Regional Sudeste 2 RJ/ES
Tenho diante dos olhos o documento da Ordem dos Frades Menores (2017) Ite, nunciate…, sobre as novas formas de vida missão na Ordem do Frades Menores. Transcrevemos as reflexões sobre a vida fraterna e a missão evangelizadora.
Vida fraterna
Viver o dom do irmão comporta:
- uma relação com os outros encharcada de humildade, sem procurar ter razão com suas próprias ideias, antes de qualquer coisa, por melhores que sejam, e muito menos impô-las aos outros irmãos. O espírito fraterno pressupõe uma mútua e recíproca acolhida que não se baseia no domínio de um irmão sobre o outro. A humildade nas relações permite que haja uma descentralização de si para dar mais espaço ao Senhor e a uma melhor disposição à acolhida do irmão diferente de mim;
- o gosto pela escuta recíproca, pela partilha de vida e pelas comunicações fraternas que favorecem o crescimento da comunidade e de cada um dos irmãos. Um desejo de construir junto com os outros, na dinâmica da busca do Reino de Deus que se chega a conhecer no cotidiano. Uma alegria que se reconhece num modo simples de viver relações justas e sadias, consigo mesmo, com os outros e também com os mais pobres. O alegre saborear a beleza do perdão, dado e recebido, através da simples e franca correção fraterna;
- a comunhão com os irmãos da própria Fraternidade, da Província e da Ordem, e com a Igreja em geral. Uma relação sadia e equilibrada com a autoridade, seja quando esta é exercida, seja na condição de obedecer;
- uma organização tal que permita ao frade doar sua própria vida para fora como se estivesse permanecendo na mesma fraternidade, no respeito aos tempos de oração, de silêncio, de convívio, de atividades e de encontros.
Missão evangelizadora
A missão evangelizadora, realizada sempre como Fraternidade e como íntima necessidade de ir e anunciar aos outros tudo o que Senhor nos deu comporta:
- o desejo ardente de testemunhar aos nossos irmãos e irmãs do mundo aquilo que nos faz viver, para que possam beber na mesma fonte; uma real disponibilidade de partir em missão; um profundo desejo de anunciar o Evangelho e o apelo para vivencia-lo. É a audácia evangélica que nos impulsiona a viver esta aventura no seguimento de Cristo; uma relação viva com Cristo que se encarna na mútua e benevolente ajuda fraterna;
- uma adequada preparação antes da missão, assim como uma proveitosa colaboração entre os diversos protagonista
- a entrega e avaliação regular de nossas jornadas diante de Deus e sob o olhar benévolo dos próprios irmãos. A partilha do Evangelho, depois de um tempo de atividade intensa, é um meio formidável para este restituição; isto permite uma tomada de distância daquilo que é vivido e um recentrar-se em torno da Palavra de Deus, prontos para acolher aquilo que o Senhor diz;
- a importância da benevolência nos relacionamentos recíprocos, assim como da paz e da alegria profunda que vêm de Deus e que habita o frade em missão;
- uma gestão “equilibrada” do próprio tempo, entre a contemplação, a vida comunitária, as atividades, os estudos e as relações humanas, de modo que o frade nunca seja “engolido” pelas atividades a ponto de não estar mais disponível para ninguém, como também para que não caia no excesso oposto, na perda de tempo e no ócio.
Ite, nuntiate…, 45-46.
Fonte: franciscanos.org
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